O que é musicoterapia?

Musicoterapia - Definição

Definição

Definição de Musicoterapia

Por Rosemyriam Ribeiro dos Santos Cunha e Sheila Maria Ogasavara Beggiato

Há mais de vinte anos, Kenneth Bruscia, teórico da musicoterapia, publicou um livro chamado Definindo Musicoterapia. Nessa obra, ele discorreu detalhadamente sobre palavras e expressões que formam a definição de musicoterapia lançada pela National Association of Music Therapy (NAMT) em 1980: “Musicoterapia é a utilização da música para alcançar objetivos terapêuticos: recuperação, manutenção melhoria da saúde física e mental”. Empenhado na tarefa de oferecer uma definição ampla do campo de práticas e modos de pensar musicoterapêuticos, Bruscia destacou que as questões culturais e sociais das diferentes partes do mundo e a natureza interdisciplinar da área determinam que várias definições figurem no campo.

No Brasil, a busca por encontrar uma definição que revelasse mais de perto as realidades da prática e do pensamento brasileiro sobre a musicoterapia, levou um grupo de profissionais a se reunir, no ano de 2018, para elaborar a seguinte definição:

“Musicoterapia é um campo de conhecimento que estuda os efeitos da música e da utilização de experiências musicais, resultantes do encontro entre o/a musicoterapeuta e as pessoas assistidas. A prática da Musicoterapia objetiva favorecer o aumento das possibilidades de existir e agir, seja no trabalho individual, com grupos, nas comunidades, organizações, instituições de saúde e sociedade, nos âmbitos da promoção, prevenção, reabilitação da saúde e de transformação de contextos sociais e comunitários; evitando dessa forma, que haja danos ou diminuição dos processos de desenvolvimento do potencial das pessoas e/ ou comunidades.

O musicoterapeuta é o profissional de nível superior ou especialização, com formação reconhecida pelo MEC e com registro em seu órgão de representação de categoria. Ele/a é habilitado/a a exercer a profissão no Brasil. Ele/a facilita um processo musicoterápico a partir de avaliações específicas, com base na musicalidade e na necessidade de cada pessoa e/ou grupo. Estabelece um plano de cuidado e um processo musicoterápico a partir do vínculo e de avaliações específicas atendendo às premissas de promoção da saúde, da aprendizagem, da habilitação, da reabilitação, do empoderamento, da mudança de contextos sociais e da qualidade de vida das pessoas, grupos e comunidades atendidas. O musicoterapeuta pode atuar em áreas como: Saúde, Educação, Social / Comunitária, Organizacional, entre outras”.

(UBAM, 2018)

Então, como podemos entender o que é a musicoterapia?

A musicoterapia se caracteriza pela interdisciplinaridade. Isso quer dizer que várias áreas do conhecimento se encontram e colaboram para a construção teórica e prática do campo, como por exemplo: a música, a terapia, a psicologia, a sociologia, a biologia, entre outras.

Neste encontro de pensares, a musicoterapia se coloca como um campo que estuda as relações que as pessoas fazem com a música: o significado que a música tem em suas vidas; as possibilidades de comunicação que sons ritmos, alturas e timbre proporcionam; as oportunidades de reabilitação social, motora e emocional que as melodias permitem construir, as nuances de fortalecimento da autopercepção e da percepção do outro que o fazer musical propicia.

A musicoterapia tem por fundamento principal promover interações mediadas pelo fazer musical. A música, o/a musicoterapeuta e os/as participantes formam o tripé básico para que a musicoterapia aconteça. Isso quer dizer que os/as musicoterapeutas e as pessoas que participam de processos musicoterapêuticos se reúnem para cantar, tocar e escutar música. Não há necessidade de conhecimento formal de música pois nos encontros, participantes expressam as músicas e sonoridades que conhecem e que têm algum sentido nas suas vidas.

O/A musicoterapeuta é um profissional formado/a e preparado/a especificamente para mediar este trabalho. Junto com os/as participantes, ele/a desenvolve processos que colaboram para o desenvolvimento e bem estar físico, emocional e cognitivo das pessoas.  Assim, entende-se que a musicoterapia situada na música e na saúde, pode atender demandas de crianças, jovens, adultos e pessoas idosas, na busca por criar meios de fortalecer a comunicação, a ação, a criatividade, visando a inclusão, a reabilitação e o desenvolvimento humano.