Breve história da Musicoterapia no Brasil
Breve história da Musicoterapia no Brasil
As “Jornadas Latino-americanas de Musicoterapia” na Argentina, em 1968, foram fundamentais para impulsionar o movimento da Musicoterapia na América Latina e no Brasil. Lá estiveram presentes profissionais brasileiros interessados no efeito terapêutico da música que fomentaram o movimento nacional. Depois de Buenos Aires, no mesmo ano, em 1968, foram fundadas a Associação Brasileira de Musicoterapia (atual Associação de Musicoterapia do Estado do Rio de Janeiro), a Associação Sul Brasileira de Musicoterapia (atual Associação de Musicoterapia do Rio Grande do Sul) e, em 1971, a Associação de Musicoterapia do Paraná e a Associação Paulista de Musicoterapia.
Precursores brasileiros
- Rio de Janeiro
Cecília Conde, Gabrielle Souza e Silva e Doris Hoyer de Carvalho.
Gabrielle Souza e Silva, Gaby (1930-2021), orientou-se pelos conhecimentos obtidos no curso de especialização em educação musical, agregados à sua experiência com seu filho, com síndrome de Turner, para abrir caminhos no novo território da música como terapia.
A sua experiência, ainda rara no Brasil, de mãe musicista e educadora musical, resultou no enorme progresso cognitivo e relacional de seu filho. O desenvolvimento de sua criança foi notado por seus médicos e, em quatro de junho de 1964, foi convidada a iniciar um trabalho musical com crianças portadoras de sequelas de Poliomielite de Encefalopatia Crônica da Infância, na Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR). As crianças atendidas por ela passaram a responder aos estímulos musicais oferecidos e aceitar os outros tratamentos nos setores de reabilitação (Fisioterapia, Terapia Ocupacional e outros).
O sucesso do novo método fez com que a sua prática clínica fosse estendida e ampliada a atendimentos de adultos hemiplégicos. Estava sendo criado o primeiro setor de Musicoterapia especializado em Reabilitação no Rio de Janeiro e no Brasil. Segundo Clarice Moura Costa, “Nesta época já a chamavam de musicoterapeuta.” (MOURA COSTA; CARDEMAN, 2008).
Souza e Silva criou um trabalho naquele setor da ABBR em um modelo que pode ser entendido como revolucionário, ou seja, a atenção interdisciplinar ao paciente. Esse modelo prevê fisioterapeutas e musicoterapeutas trabalhando juntos, ao mesmo tempo, com sinalização de eficiência de resultados nos dois atendimentos. Até hoje, profissionais que foram formados por Gaby, nesse modelo, atestam a marca do trabalho amoroso e competente da profissional.
Referências Bibliográficas
- Rio Grande do Sul
Referências Bibliográficas
- Paraná
Por Jônia Maria Dozza Messagi
Trabalhos de Clotilde Leinig
- LEINIG, C. E. A música e a ciência se encontram: um estudo integrado entre a música, a ciência e a musicoterapia. Curitiba: Juruá, 2008. 625p. _____. Efeitos da música sobre o cérebro. Revista de Musicoterapia, Curitiba, v. 2, n. 2, p.2-4, 1974.
- LSD, psicoterapia e musicoterapia. Revista de Musicoterapia, Curitiba, v. 2, n. 2, p.47-57, 1974.
- Musicoterapia grupal e individual. Revista de Musicoterapia, Curitiba, v. 4, 4 e 5, p.63-66, 1976-1977.
- O musicoterapeuta. Revista de Musicoterapia, Curitiba, v. 1, n. 1, p.23- 24, 1973.
- Prática de regência e polifonia coral: programa do 1. e 2. ano do curso de especialização. 1960. 39p. Tese Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, Rio de Janeiro.
- Tratado de musicoterapia. São Paulo, SP: Sobral, 1977. 259p.
- Tuberculose, reabilitação e musicoterapia. Revista de Musicoterapia, Curitiba, PR, v. 3, n. 3, p.71-79, 1975.
- Minas Gerais
Referências Bibliográficas
- Maranhão
Texto por Lázaro Castro Silva Nascimento
A Musicoterapia maranhense inicia com o retorno da Mt. Liliam Ribeiro Soares (CPMT 001/19-MA) para Imperatriz/MA após a conclusão de sua graduação em Musicoterapia na Universidade de Ribeirão Preto em dezembro de 2002. Após seu retorno, Liliam iniciou o trabalho na cidade de Imperatriz desbravando a musicoterapia no Estado do Maranhão de uma forma diferente de outras regiões: iniciando pelo interior.
Sua luta constante pela profissão fez com que em 2008 fosse aprovada a Lei Ordinária N.0 1.279/2008 na Câmara Municipal de Imperatriz criando o cargo de Musicoterapeuta na cidade. Alguns musicoterapeutas começaram a se formar em outros Estados e retornar para o Maranhão, abrindo turmas de formação na capital.
Anos mais tarde, em 2018, Liliam se reúne com outros musicoterapeutas, em especial de São Luís, e funda a Associação de Musicoterapia do Maranhão (AMT-MA).
Produções
SOARES, Liliam Ribeiro. ENTREVISTA. Revista InCantare, [S.l.], mar. 2020. ISSN 2317-417X. Disponível em: <http://periodicos.unespar.edu.br/index.php/incantare/article/view/2589>. Acesso em: 23 Set. 2021.